quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Primeira expedição: A Travessia do Paraná

Travessia do Paraná - Parte 1

Entre conhecer o pessoal da comunidade e a Travessia do Paraná não demorou muito tempo, menos de dois meses foram suficientes para que eu estivesse ainda mais inspirado com os relatos e fotos das viagens que os amigos curitibanos tinham realizado. Com eles e outros ciclistas, procurei o maior número de informações e dicas para uma viagem melhor planejada. Também conheci a comunidade Cicloturismo no orkut.com, onde estão reunidos cicloturistas de todas as partes, inclusive do exterior. A troca de informações a partir dos relatos e dúvidas nos fóruns é extremamente enriquecedora para quem procura fazer um projeto de viagem. Não diferente da comunidade paranaense, também conheci muitos amigos e obtive preciosas informações.

Eu me sentia extremamente inspirado, estava disposto a investir tempo, o pouco do meu dinheiro e o que fosse necessário para sentir o prazer proporcionado pelo cicloturismo. Com isso, fiz um planejamento audacioso, sair do Oeste Paranaense, Marechal Cândido Rondon e chegar ao Leste do estado, litoral do Paraná, Matinhos.

O projeto, intitulado A Travessia do Paraná, foi mais bem planejado, comprei vestimentas próprias de ciclistas, como camisa, bermuda, luva, óculos e capacete. A maioria dos itens comprados pela internet. Na bicicleta, troquei o pedevela e comprei lanterna e farol, também um bagageiro para carregar minha mochila que na ocasião serviu como um alforje. Com esses itens realizei alguns treinamentos por estradas vicinais da região. Mas foi um treinamento menor do que eu precisava para realizar uma viagem com mais de 700 km’s com previsão de cinco dias para se chegar ao destino. Mas como explicar a alguém com muita fome para mastigar bem a comida? Afinal eu estava buscando entrar no ritmo das expedições, eu precisava estar na estrada, em movimento.

Dessa vez, o planejamento estava desenvolvido em uma planilha no computador, com direito à distância em quilômetros entre cada cidade e a sua devida altimetria. Procurei obter informações sobre alguns locais que iria passar. Sem muito dinheiro, peguei uma barraca emprestada de um amigo do meu irmão. Mesmo sem nunca ter acampado antes, estava disposto a acampar durante a noite à beira da estrada, principalmente nos postos de combustíveis, locais sagrados para os viajantes de bike, soube isso a partir dos relatos nas comunidades. Não é difícil saber o porque, na maioria dos postos encontra-se comida, banheiro, alguns com chuveiro e um lugar para montar acampamento. O único teste para montar a barraca foi no chão da sala do apartamento que morava, tudo muito simples. Bastava ajeitar os últimos detalhes.

Como eu iria passar por Curitiba, marquei de encontrar com o pessoal da comunidade, o João ficou de me esperar na entrada da cidade assim que eu estive chegando na capital paranaense, o que deveria acontecer em quatro dias, assim, ainda iríamos ao litoral em grupo, pedalando.

Na bagagem foram algumas poucas mudas de roupas, a barraca e uma coberta que servia de colchão e também de cobertor. Claro, não esqueci das ferramentas e da câmera de ar. Para registrar os momentos, uma câmera fotográfica emprestada. Cinqüenta reais para alimentação e algumas barras de cereal.

Dessa vez avisei a família, menos meu pai, é claro. Mas de algum modo, se eu tinha chego com vida em Foz, não havia muito com o que se preocupar, mas esse é meu pensamento de filho, vai explicar isso pra uma mãe. De qualquer modo ela me desejou boa viagem.

A data da viagem ficou reservada para o dia 27 de abril de 2007, com a previsão de chegar dia 30 na capital, pois no feriado de primeiro de maio, iríamos, o pessoal da comunidade e eu, descer a serra em direção ao litoral. Portanto, eu tinha todo um cronograma a seguir, e não foi fácil, nada fácil, as surpresas na estrada foram muitas.

>> Parte 2

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